Já não sei quem sou. Se calhar nunca foi nada de definitivo... o ser humano é incarnação da mudança no seu mais puro estado não é verdade? Nunca tive uma personalidade fixa, uma forma igual de ver o mundo.Sempre fui, desde que nasci: rui, ruizinho, ruizocas... whatever. Foi o que me chamaram durante muito tempo. Era alguém imaturo, calado, despistado, e no fundo... parvo (lol).
Foi só aos 13 anos que abandonei aquele outrora conhecido como "rui". Nessa altura, a minha 2ª persona, curiosamente apelidada de Ryu (dragão em japonês) emergiu. Ryu era mais sábio que o seu precedente, mais alegre, jovem, energético, curioso, brincalhão, mas ainda sem a cabeça no lugar. Foi como Ryu que lancei os primeiros passos no mundo gay: a infame criação do hi5, as fotos ligeiramente provocantes, tudo sem cara claro, ele tinha medo a mais para isso. Também enquanto Ryu conheci o João, o único homem com quem estive (mas isso já é matéria para um post, ou dois, completamente novo).
Após o relacionamento, Ryu foi morrendo, e em seu nome... Blueboy apareceu.
Desde o início dos 17 anos, de seu nome completo Blueboy90, ou simplesmente Blue, é a persona que mantive até hoje. Blueboy, começando pelo nome, era o mais sábio de todos, o mais acertado, o mais cauteloso, enfim, a maturidade em pessoa. Blueboy era, e ainda é, suponho, corajoso, sabia quem era e o que queria, mas por sua vez faltava-lhe um certo ar de decisão e carisma natural. Blue tomou conta do hi5, reinventou-o apenas com fotos de cara e amenizou o mesmo; agarrou a perdida conta do cam4 e conheceu o Will (ui para ele são três posts pelo menos), lançou-se de cabeça e sem medo no mundo virtual com o seu próprio e-mail e mais recentemente no gaydar.
Ah claro, esquecia-me do straight me, que é so mais um com o qual aprendi a viver. Mas isso fazem todos…
Poderei ser só eu… ou será que de facto, passamos todos por estas fases, por diferentes personas, caras, mentalidades… Apenas sei que me aproximo do momento que deveria largar as identidades múltiplas, deveria ter apenas uma, ser eu, como um todo. Rui, nada mais, nada menos.
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