Há quem acredite que são os signos quem dita a nossa personalidade... outros acreditam em numerologia ou tarot ou algo místico desse género. Eu nunca acreditei nessas (tretas) teorias. Para mim, apenas dois factores importam para o desenvolvimento de uma personalidade: Educação e Experiência de Vida, o resto é supérfluo.
Por exemplo: sempre ouvi as queixas habituais sobre o quão calado eu sou. Quer em dates ou em puras situações sociais, sou sempre aquele que fica de lado a ouvir, interrompendo só quando é chamado, ou lhe dirigem a palavra. Creio que tenha a ver com a maneira como fui educado: aprendi a respeitar os mais velhos, a ter disciplina, a pensar primeiro e agir depois. A educação é algo que só com muita insistência se ultrapassa. O facto de ser gay influenciou também a minha personalidade (embora eu não queira apostar no preconceito): aprendi o que é ser diferente, que não devemos ligar ao que as pessoas pensam, aprendi a ser desenrascado, aprendi a viver sozinho. Sou uma pessoa calma, pensativa, romântica, prática, que gosta de ajudar os outros, honesta e antiquada.
Imaginemos que o Rui presente não fosse gay, talvez não trataria as pessoas da mesma maneira; não estaria habituado a estar sozinho e portanto seria mais menino da mamã; seria uma pessoa mais descontraída porque não teria medo de consequências. E se tivesse pais ricos? Seria mimado; não saberia desenrascar-se porque nunca necessitara; ou talvez fosse mais culto. E se a religião fizesse parte da sua vida? E qual delas já agora? Para cada uma seria uma pessoa diferente...
A nossa personalidade é a coisa mais arbitrária deste planeta, e ao mesmo tempo, aquilo que melhor nos define.