quarta-feira, 25 de abril de 2012

Futuro idealizado

Escreverei agora o futuro que idealizo, quando tiver 30 anos, daqui a sensivelmente 9 anos:

Vivo junto com o Ricardo de Almada, moramos em Carnaxide, na casa que lhe foi deixada, temos uma relação séria com cerca de 3 ou 4 anos. Trabalho na SIC como assistente, e como é perto de casa, não me tenho que levantar muito cedo, o que me deixa tempo para mais coisas. O Ricardo trabalha como enfermeiro muito no duro, portanto a maior parte do trabalho de casa sou eu quem o faz, mas não me importo. Em contra-partida, ele é o homem da casa e trata dos pagamentos e essas coisas, que eu não tenho jeito.

Os meus amigos gozam comigo dizendo que sou quem veste a saia na relação, participo também na brincadeira e rio-me, lembrando-me das coisas boas que tenho.
Não ganho muito, mas serve para viver, não sou dispendioso, excepto com amigos, e vou a pé para o trabalho e de transportes para qualquer outro sítio.
Nesta altura, já a adopção é legal estamos a ponderar em adoptar uma criança, um rapaz de preferência.

Os meus pais sabem que sou gay e os meus amigos do secundário também, acabaram por nem ligar a isso a maior parte, e o resto caiu no esquecimento do facebook, (que por esta altura já vem em modo holograma lol). Dou-me mais ou menos com o meu irmão e o meu pai, e relativamente bem com o resto da família, visito-os de vez em quando.

Sempre que posso, vou visitar os Ricardos a Paio-Pires na grande casa remodelada onde agora moram. Entre a conversa do costume o Correia lança o habitual: “Então? Como vai o moço de Almada?”; “ Vai bem, e a mãe?”. Rimo-nos enquanto ele mostra os avanços da maquete que atravessa todo o sótão.

Lanchamos e depois volto para casa. A caminho lembro-me de passar no supermercado e comprar comida para o Shiro, o gato que vive connosco. Faço o jantar e espero até o Ricardo chegar. Jantamos e passamos o serão no sofá a ver tv e a gozar com o que estiver no ecrã, eu de cabeça deitada no colo dele. Entre mimos trocados, ele manda-nos ir dormir.

Sei que não é o futuro mais excitante, mas seria um que já me agradaria, pelo menos por agora é o que me atrevo a sonhar.

Viveria um dia de cada vez, e seria feliz. :]

quarta-feira, 11 de abril de 2012

FuckBuddies

Descubro que à medida que envelheço e mais promíscuo me torno, menos acho que é para mim.
Recentemente tenho vindo a analisar a hipótese de me tornar fuckbuddy (se não souberem o que é, googlem lool) com o espanhol, um tipo com que curti por uns tempos em outubro do ano passado.
Muitos factores ajudaram a decidir, o facto de sermos vizinhos, darmo-nos bem, encaixarmos (em termos de engenharia) e, mais importante, porque a minha libido voltou em força depois e uma ausência prolongada (ver post anterior que informo que foi ultrapassado).
E assim foi, fui lá a casa, fodemos, ficamos a falar um bocado e vim-me embora.
Apesar de ter sido agradável, vi-me forçado a pensar: Jamais seria capaz de fazer isto com alguém com quem não sentiria nada por.

O desapego do sentimento ao sexo ainda é algo que eu pura e simplesmente não consiga fazer. Alias, não sei como há gente que o faça, apenas imagino o nível de tamanha solidão que devem ter para procurar esse tipo de experiencia que, sejamos honestos, é básica.

Quanto a mim e ao espanhol, logo verei… Conhecendo-me, duvido que consiga manter uma relação de sexo sem que a parte emocional venha ao de cima mais tarde ou mais cedo.